O número de brasileiros que vivem em imóveis alugados disparou nos últimos oito anos, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), divulgada nesta sexta-feira (22) pelo IBGE. O levantamento mostra um crescimento de 45,4% no total de domicílios alugados em todo o país, revelando uma mudança significativa no perfil habitacional da população.
Em 2016, apenas 18,4% da população morava de aluguel. Em 2024, esse índice já chega a 23%, o que significa um salto de 12,3 milhões para 17,8 milhões de domicílios alugados. No mesmo período, o número de brasileiros vivendo em imóveis próprios caiu de 73% para 67,6%, confirmando a tendência de queda na aquisição da casa própria.
Os especialistas do IBGE destacam que o movimento é nacional, atingindo praticamente todas as unidades da federação, sem relação direta com políticas urbanas locais ou fluxos migratórios. A mudança, segundo analistas, pode estar ligada a fatores culturais e econômicos, como maior mobilidade da população e até mesmo novas formas de ocupação dos imóveis, a exemplo do crescimento de plataformas de aluguel de temporada, como o Airbnb.
No cenário mato-grossense, os números reforçam um ponto importante: o setor da construção civil ganha cada vez mais protagonismo em polos estratégicos como Cuiabá e Sinop. Nessas cidades, que concentram investimentos e atraem novos moradores, o mercado imobiliário mantém ritmo acelerado, impulsionado tanto pela compra quanto pela locação de imóveis.
Embora o aluguel não seja, necessariamente, um sinal de vulnerabilidade social — já que a renda média do brasileiro cresceu nos últimos anos —, a constatação do IBGE evidencia que o sonho da casa própria vem sendo adiado por milhões de famílias, ao mesmo tempo em que o setor imobiliário e a construção civil se fortalecem como motores da economia.
Aluguel em alta: desafio social e oportunidade para o mercado imobiliário
O levantamento do IBGE, que aponta um aumento de 45,4% no número de brasileiros vivendo de aluguel em apenas oito anos, traz à tona duas faces de uma mesma realidade: de um lado, milhões de famílias que adiam o sonho da casa própria; de outro, um mercado imobiliário que ganha força e se torna cada vez mais estratégico para a economia.
No caso de Mato Grosso, os reflexos são claros. Cuiabá e Sinop despontam como polos de investimento na construção civil, atraindo incorporadoras, novos empreendimentos e impulsionando o setor. O crescimento acelerado dessas cidades, aliado ao fluxo migratório constante e à expansão do agronegócio, faz com que a demanda por imóveis — sejam eles para compra ou locação — se mantenha aquecida.
Se por um lado o aluguel pode ser visto como alternativa prática para quem precisa de flexibilidade, por outro, o fenômeno levanta alertas. O acesso à casa própria, historicamente valorizado como sinônimo de estabilidade e conquista social, vem perdendo espaço em meio às mudanças culturais, ao custo elevado dos imóveis e às condições de financiamento que nem sempre acompanham o ritmo da renda familiar.
Especialistas apontam que esse movimento não representa, necessariamente, empobrecimento da população — já que a renda média brasileira cresceu nos últimos anos. No entanto, a constatação do IBGE sugere que as políticas públicas de habitação precisam se reinventar, ao mesmo tempo em que o setor privado enxerga no aluguel e nos novos modelos de moradia compartilhada uma oportunidade de expansão.
Assim, o Brasil vive um ponto de inflexão: enquanto a casa própria deixa de ser uma realidade imediata para milhões, o mercado imobiliário se reinventa em torno da locação, impulsionando negócios e atraindo investidores, especialmente em cidades em franca expansão como Sinop e Cuiabá.
Fonte: Redação
