Uma ofensiva articulada contra o crime organizado resultou na prisão de seis pessoas e na identificação de uma rede criminosa liderada por mulheres no município de Vera. A “Operação Lucille”, deflagrada pela Polícia Civil neste domingo (15), é resultado de meses de investigações sobre o crescimento do tráfico de drogas na região.
A operação ganhou nome peculiar inspirado em uma imagem que circulava entre os investigados: uma mulher segurando um taco de beisebol envolto em arame farpado — uma referência à série The Walking Dead, onde o objeto é chamado de “Lucille”. O símbolo de intimidação retratava com exatidão o estilo violento e controlador do grupo desmantelado.
Os primeiros indícios que levaram à investigação surgiram após dois homicídios registrados no final de 2024 em Vera. A partir dos casos, a equipe policial desvendou não apenas os autores dos crimes, mas também uma estrutura hierárquica criminosa organizada e operante, que mantinha conexão direta com detentos da Penitenciária Central do Estado (PCE).
Entre os sete mandados de prisão expedidos, seis foram cumpridos. Dois mandados de busca e apreensão também foram executados. Entre os alvos, duas mulheres se destacam por seu papel de liderança: uma delas, de 37 anos, era responsável tanto pela distribuição de drogas quanto pela aplicação de punições internas conhecidas como “salves” — que variavam desde castigos físicos até execuções sumárias, conforme regras da facção.
As provas reunidas durante a apuração reforçam o grau de organização do grupo. Os investigados foram formalmente indiciados por tráfico de drogas, associação criminosa e por integrar organização ilegal.
A ação contou com apoio de equipes da Polícia Penal e da Delegacia de Sorriso, evidenciando a importância da atuação conjunta entre as instituições de segurança pública para enfrentar o avanço do crime organizado no interior de Mato Grosso.
Segundo o delegado responsável, novas fases da operação não estão descartadas, já que o inquérito segue em andamento e outras ramificações da rede estão sendo mapeadas. A população pode colaborar com informações anônimas através dos canais oficiais da polícia.
Fonte: Redação com Assessoria
