Sinop viveu, nesta última terça-feira (24), um episódio climático que quebrou um padrão de quatro décadas: choveu de forma significativa em pleno mês de junho, período tipicamente seco no Norte de Mato Grosso. O fenômeno chamou a atenção de cientistas e especialistas em monitoramento ambiental, entre eles o pesquisador Carlos Antonio da Silva Junior, que confirmou a excepcionalidade do evento após cruzar dados de satélites com séries históricas de precipitação.
Segundo a análise, feita com base em registros geoespaciais, o centro urbano de Sinop recebeu 9,68 milímetros de chuva em um único dia — algo sem precedentes no histórico climático da cidade para o mês. Em alguns bairros, os volumes chegaram a 17 milímetros, consolidando um desvio relevante no padrão meteorológico local.
“Trata-se de uma quebra de padrão expressiva. Eventos como esse não constam nos registros dos últimos 40 anos. Em 2002 houve uma chuva pontual de 1,73 mm, mas o volume registrado agora é muito mais expressivo e não pode ser ignorado”, explicou Carlos Silva Junior, que é também diretor-executivo da SpectraX, empresa sinopense especializada em inteligência geoespacial e sensoriamento remoto.
A ocorrência, além de incomum, reforça a importância do acompanhamento contínuo das mudanças no regime de chuvas em regiões agrícolas, como Sinop, que integram o coração da produção nacional. O desequilíbrio nas estações pode afetar desde o plantio e colheita até a segurança hídrica urbana e rural.
Monitoramento que vem do espaço
A SpectraX tem se consolidado como uma referência nacional em tecnologia aplicada à leitura ambiental e agrícola. A empresa utiliza imagens de satélite e inteligência de dados para elaborar diagnósticos que auxiliam desde políticas públicas até o planejamento de propriedades rurais.
Com sede em Sinop, a empresa atua em vários estados do Brasil, oferecendo soluções em monitoramento climático, uso da terra, conservação ambiental e expansão urbana sustentável.
Um especialista à frente do tempo
Carlos Antonio da Silva Junior, responsável pelo estudo que apontou o recorde de chuva fora de época, é reconhecido por sua atuação em projetos de monitoramento ambiental na Amazônia, Cerrado e fronteiras agrícolas. Com mais de duas décadas de experiência em sensoriamento remoto, ele tem colaborado com universidades e centros de pesquisa, sendo referência em análises de comportamento climático na região Centro-Oeste.
A chuva de junho em Sinop pode parecer apenas uma curiosidade meteorológica, mas para os cientistas é mais um indício de que o clima está mudando — e com ele, todo o planejamento que depende da previsibilidade das estações.
Fonte: Redação com Assessoria
